IMPACTOS VIVIDOS por TERRITÓRIOS que convivem com usinas eólicas

A indústria eólica se apresenta como energia limpa e renovável, mas você sabe os impactos que ela provoca na vida de quem reside próximo dos aerogeradores?

Ruído:  O barulho é comparado ao de uma turbina de avião que nunca para, o que é especialmente incômodo durante a noite. Os barulhos afetam pessoas, mas também os animais. Agricultores relatam que os porcos ficam estressados a ponto de se machucarem, e a produção de leite das vacas diminui.

Doenças:  Comunidades rurais têm feito denúncias e estudos sobre os danos à saúde humana e dos animais causados por usinas eólicas muito próximas das moradias. Pessoas que vivem até 1 km de distância de um aerogerador estão apresentando problemas de saúde mental e física, dificuldades de dormir, cansaço constante, irritação, estresse, problemas de respiração e no coração, zumbido nos ouvidos, enxaquecas, tontura e pressão nos ouvidos.

Violência sexual: Há o aumento das taxas de violências em geral. Entre as violências, há um grave aumento de casos de exploração e violência sexual. Comunidades vivenciaram um aumento da prostituição e gravidez na adolescência, gerando os chamados “filhos dos ventos”, filhos dos trabalhadores contratados que após a conclusão da obra, vão embora sem assumir a responsabilidade pelos mesmos.

Casas rachadas e derrubadas: Para instalar as turbinas eólicas, são usados muitos veículos pesados, que podem causar rachaduras e até mesmo derrubamento de casas por conta da vibração na estrada despreparada. As comunidades afetadas também relatam muita poeira no ar e estradas enlameadas. Aumentam os riscos de acidentes.

Desmatamento, alteração das águas: O desmatamento, a terraplanagem, o aterramento de lagoas, em grandes áreas do território são impactos ao meio ambiente já conhecidos na Zona Costeira nordestina diante da instalação de complexos eólicos. As populações do entorno denunciam: escassez e/ou salinização da água; desertificação; mudança de cor da água, perda de lagoas de grande valor para as comunidades.

Contratos abusivos: Os posseiros e arrendantes de terra quando consideram arrendar sua terra para a empresa, recebem contratos cheios de pegadinhas, com cláusulas abusivas, multas gigantes para pagar  caso queiram encerrar o contrato. Agricultores e pequenos produtores, que são Segurados Especiais da previdência social, ao arrendar sua terra poderão ter problemas futuros ao buscar os benefícios da previdência social. Têm muitos relatos de pessoas com dificuldades de comprovar que ainda estão trabalhando na terra. Mesmo quando o contrato prevê que podem ser exercidas atividades agrícolas, pecuárias e de lazer, estas só serão realizadas com autorização da empresa e desde que não prejudiquem a instalação e operação da usina.

perda de território comum: Quando as empresas privatizam áreas que eram de todos, a comunidade passa a não poder mais passar ou usar esse território livremente como antes. Teve comunidade pescadora que perdeu caminhos de acesso ao mar, comunidade que perdeu outras trilhas e teve que adotar caminhos muito mais longos para chegar em certos locais, para contornar o complexo eólico.

Desemprego e perdas trabalhistas: A maioria dos mega-empreendimentos tentam ganhar aprovação dos moradores locais através de promessas de trabalhos. Mas os empregos que são gerados para os locais, são temporários e limitados: para os homens durante a construção de estradas, em canteiros de obras e na instalação dos aerogeradores. Depois, a grande maioria dos trabalhos nas usinas ficam para gente de fora. E aqueles poucos que forem empregados por mais de 120 dias, se forem agricultores e pescadores artesanais, perdem o status de Segurado Especial da previdência social. Portanto, mudar de ofício, pode dificultar ou impedir a aposentadoria e o acesso a outros benefícios da previdência social.

Produtores de energia, sem energia própria: A energia produzida em territórios comunitários, não beneficia a comunidade com energia ou redução dos custos de energia. Mesmo quando o contrato entre comunidade e empresa pactua o repasse de um percentual de energia, a comunidade não têm como medir a quantidade de energia gerada para saber se está sendo repassado o percentual combinado.