Tem início no Rio de Janeiro a Cúpula Social do G20 Social e a Cúpula dos Povos frente o G20
Os eventos são espaços importantes de participação da sociedade civil nos debates sobre as agendas globais diante do encontro dos líderes das grandes economias no G20 da semana que vem.
O dia de hoje marca o início de dois eventos importantes para a sociedade civil no Brasil e no mundo: iniciam-se a Cúpula Social do G20 Social e a Cúpula dos Povos, às vésperas do G20, encontro dos países com as maiores economias do mundo, além da União Europeia e União Africana. Os encontros acontecem na na capital fluminense e reúnem debates importantes da agenda global, como clima, mudanças climáticas, modelos de economia, comércio, governança global, corrupção, saúde e desenvolvimento sustentável.
Tanto a Cúpula Social do G20 social quanto a Cúpula dos Povos são espaços importantes de debate da sociedade civil, mas possuem diferenças absolutas entre si. A Cúpula dos Povos é um espaço autônomo, autogestionado, de esfera nacional, que tradicionalmente ocorre em paralelo aos grandes eventos político-econômicos no Brasil, como o Rio+20, onde surgiu, além do atual G20 e diante da COP30 que ocorrerá em Belém em 2025., A intenção épara disputar das agendas e da visibilidade sobre os temas debatidos por governantes e empresários que impactam a vida, os direitos humanos, o clima e o meio ambiente. O G20 social ocorre pela primeira vez nesta cúpula, e é uma iniciativa do governo Lula, para “ampliar a participação de atores não-governamentais nas atividades e nos processos decisórios do G20” (fonte: site oficial do G20 social). Diferente da Cúpula dos Povos, é o governo federal quem estrutura o evento proposto por ele, com a seleção das propostas de atividades que ocorrem, além da determinação de tempo e espaço para cada uma, ainda que de acordo com as sugestões das propostas enviadas. A data da cúpula social do G20 social, inclusive, coincide com as datas previamente agendadas pelos movimentos para a realização da Cúpula dos Povos.
G20 Social
A cúpula social do G20 social acontece de 14 a 16 de novembro, às vésperas da cúpula do G20. Foi anunciado pelo presidente Lula na 18ª Cúpula de Chefes de Governo e Estado do G20, em Nova Délhi, na Índia, quando o Brasil assumiu simbolicamente a presidência do bloco. O lema da atual gestão é “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”.
A presidência brasileira convidou os movimentos sociais de base histórica nacional para construção dos processos. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB); a Associação Brasileira Organizações Não Governamentais (Abong); a Central Única dos Trabalhadores (CUT); a Coalizão Negra por Direitos; a Marcha Mundial das Mulheres (MMM); Central Única das Favelas (CUFA) e o Movimento de Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) integram o comitê organizador da Cúpula Social do G20, dando as cores e os prismas das lutas populares brasileiras ao globo.
Os 13 grupos de engajamento que fazem parte do G20 Social são: C20 (sociedade civil); T20 (think tanks); Y20 (juventude); W20 (mulheres); L20 (trabalho); U20 (cidades); B20 (business); S20 (ciências); Startup20 (startups); P20 (parlamentos); SAI20 (tribunais de contas); e os mais novos J20 (cortes supremas) e O20 (oceanos).
O projeto De Mãos Dadas Criamos Correnteza participa do evento com três atividades na cúpula social do G20 social, todos em parceria. Estamos no painel “Comitê Ceará frente ao G20: transição energética, soberania alimentar e mulheres”, proposto pelo Comitê Ceará frente ao G20 e a COP30; no painel “Justiça Climática nas Zonas Costeiras e Marinhas”, proposto pela Escola da Defensoria Pública do Estado De São Paulo (EDEPE) e Escola Superior do Ministério, com mais de 40 parcerias; e no painel “Vozes Amplificadas por uma Transição Energética Justa – resistindo à desinformação climática e aos silenciamentos da mídia.”, proposto pelo Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social.
Painel “Comitê Ceará frente ao G20: transição energética, soberania alimentar e mulheres”
Proponente: Comitê Ceará frente ao G20 e COP30
Data: 14/11
Horário: 16h às 18h
Endereço: Armazém 3, na sala A3 4, no Boulevard Olímpico do Rio de Janeiro.
Debatedoras: Carla Maria (CE), Luciana Lindenmeyer (CE/RJ) e Marcela Vieira (RJ) e será coordenado por Nairóbi Souza (CE).
Painel “Justiça Climática nas Zonas Costeiras e Marinhas”
Proponentes: Defensoria Pública do Estado De São Paulo (EDEPE) e Escola Superior do Ministério, em parceria com mais de 40 movimentos e organizações sociais.
Data: 14/11
Horário: 14h às 16h
Endereço: Sala K Primeiro 7, Espaço Kobra, no Complexo Mauá, Porto Maravilha, no Rio de Janeiro/RJ.
Painel “Vozes Amplificadas por uma Transição Energética Justa – resistindo à desinformação climática e aos silenciamentos da mídia.”
Proponente: Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, em parceria com Instituto Terramar, Conselho Pastoral da Pesca – CPP e Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas – Conaq.
Data: 14/11
Horário: 11h às 13h
Endereço: Sala K Primeiro 7, Espaço Kobra, no Complexo Mauá, Porto Maravilha, no Rio de Janeiro/RJ.
Debatedoras: Nataly Queiroz, Maryellen Crisóstomo, Soraya Tupinambá e Andréa Gaivotas – Comissão Nacional da Pesca
A inscrição para a cúpula social do G20 Social é feita pelo site oficial, e é necessário retirar a credencial previamente.
Inscrições: https://g20.cadastro9.com.br/
Cúpula dos Povos frente o G20
A Cúpula dos Povos é uma atividade autônoma e independente, por iniciativa de um coletivo internacional de organizações da sociedade civil, sindicatos, centrais sindicais e movimentos populares. Construída desde abril, tem o objetivo de objetivo disputar a agenda e promover um debate crítico à Cúpula do G20, buscar a construção de alternativas frente aos desafios da conjuntura e denunciar as falsas soluções propostas pelos países membros do Grupo dos 20 para as múltiplas crises da atualidade.
Além de apontar as contradições do G20 e sua parcela de responsabilidade na produção de desigualdade social e econômica no planeta, também são bandeiras das organizações e dos movimentos populares temas como a urgência de novas abordagens à questão ambiental; a luta antirracista; e a solidariedade internacional, como no caso do povo palestino e a situação na Faixa de Gaza. (fonte: Jubileu Sul. Acesso aqui)
A Cúpula dos Povos tem início hoje, 14 de novembro – com quatro plenárias paralelas e uma plenária de partilha e encaminhamentos – e culmina no dia 16, sábado, com a marcha “Pela vida acima do lucro: povos e natureza não estão à venda” em Copacabana. A concentração é a partir das 8h, Concentração a partir das 8h no Posto 6.