Terramar participa da COP28

De forma online e presencial, representantes do Instituto Terramar dialogam sobre a transição energética e os desafios das mudanças climáticas.       

A 28ª Conferência de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), teve início em Dubai no dia 30/11 e vai até 12/12. No encontro diversos países discutem, negociam e articulam ações de enfrentamento às transformações no clima.  No último domingo (03/12) durante a conferência, os participante da Cúpula dos Povos, evento da sociedade civil, durante a COP,  entregou ao Presidente Lula, uma carta,, na qual destaca a importância da articulação e participação social no que se refere às emergências climáticas: “O debate climático é especialmente crucial do ponto de vista da construção de lutas comuns e para o avanço no processo de interconexões entre os movimentos sociais, redes e alianças da sociedade civil.” Carta no link .

A Cúpula dos Povos é composta por 40 organizações da sociedade civil, entre mulheres, movimentos, organizações, redes, povos originários, quilombolas, pesqueiros, dentre outros. A Terramar assina como membro da RBJA – Rede Brasileira de Justiça Ambiental.  Na citada carta, solicitamos uma participação ativa da “Cúpula dos Povos” na COP30, que vai acontecer no Brasil em 2025, no estado do Pará. Na ocasião, uma das pautas mais importantes será a revisão das metas de redução de emissões de gases, tendo em vista que atualmente só está acontecendo monitoramento dessas medidas.  

Nesta edição da COP, o debate sobre a Transição Energética tem sido bastante discutido, Cris Faustino, membra da colegiada da Terramar, participou online do painel “Transição justa: caminhos e desafios políticos, sociais, técnicos e econômicos”, onde analisa: “Os caminhos para a transição energética justa, passa necessariamente pela participação social, desafiando as conquistas democráticas e civilizacionais, num contexto de guerras e agudização de modos de vida dependentes de energia elétrica e combustível, e expansão de modelos econômicos baseados em relações internacionais e nacionais desiguais, e na exploração desenfreada da natureza.” O painel pode ser visto completo no link [PORTUGUÊS] 05/12 – AUD 2 – B2

De  fato, a participação social, é um dos grandes desafios na COP, isso porque não é razoável só os governantes debaterem sobre os caminhos no enfrentamento às mudanças climáticas, com discurso verde, mas com políticas econômicas e relações internacionais colonizadoras de exploração e invasão dos territórios do Sul Global. Por exemplo, no caso do Brasil, ao mesmo tempo em que o governo discursa sobre a relevância de enfrentar a questão climática e todo o debate internacional da descarbonização e investimento em energias renováveis como eólicas e solares, também planeja explorar petróleo na foz do Rio Amazonas. No nordeste brasileiro, as demandas por terra, território e água para viabilizar a produção de renováveis em larguíssima escala, tem agudizado, na prática, os danos e impactos socioambientais preexistentes, mantendo intocadas as enormes injustiças e racismo ambientais.Transformando esses lugares em polos de sacrifício, onde diversos povos vivem diariamente com grandes torres de eólicas e placas solares que contribuem para o desmatamento e destruição de biomas. Estamos atentes aos desdobramentos até o dia 12/12, fica de olho por aqui, que no decorrer dos dias teremos mais notícias sobre a COP28.