Campanha contra a Comercialização de Terras na Zona Costeira do Ceará
A Campanha contra a Comercialização de Terras na Zona Costeira do Ceará é uma iniciativa que envolve diversos sujeitos atuantes na defesa dos territórios tradicionais costeiros, tendo em vista tanto seu valor ambiental como o direito aos modos de vida das pessoas que ali vivem.
Protagonizada por moradores e moradoras de comunidades tradicionais da Zona Costeira do Ceará e diversas entidades da sociedade civil, a Campanha é lançada num momento em que as políticas de regularização fundiária no campo e na cidade e de demarcação de territórios de povos originários indígenas e quilombolas estão gravemente ameaçadas. Somadas a ela, as reformas trabalhista e previdenciária, a histórica desigualdade social, racial e de gênero, o projeto de desenvolvimento nacional para a região focado em grandes empreendimentos, no agronegócio e suas variáveis e no turismo de massa geram uma série de conflitos socioambientais que prejudicam as comunidades e a sociedade.
Nesse contexto, faz-se urgente e necessário demarcar a importância estratégica ambiental e social da Zona Costeira. Em termos de preservação ambiental, podemos tomar como exemplo os manguezais, que garantem a manutenção dos ecossistemas marinho-costeiros, mitigam efeitos de grandes tragédias ambientais como tsunamis e até mesmo protegem a costa do avanço do mar, como vem já vem ocorrendo em algumas comunidades. Ainda sobre essa questão, a permanência dos povos tradicionais em seus territórios historicamente se mostrou como essencial para a conservação dos ecossistemas, dada a entranhada relação de convivência entre as pessoas e o ambiente em que vivem e no qual produzem. Nesse sentido, garantir aos povos originários o direito a seus modos de vida é também garantir a defesa do meio ambiente para todo o planeta.
Afora as considerações sobre natureza, a diversidade cultural brasileira tem fortes raízes nas populações de origem negra, indígena e sertaneja que vivem nos territórios tradicionais costeiros e lá desenvolvem modos de viver e trabalhar, manifestações artísticas, fé e ancestralidade. Além disso, num país em que aproximadamente 70% da alimentação interna têm origem na agricultura camponesa e na pesca artesanal, a expulsão das pessoas desses territórios e a degradação ambiental são questões que alcançam toda a sociedade, pondo em risco as diversas nuances de nossa existência futura.
Essa é uma situação de perde-perde; é problema de todo mundo. Assim, convidamos todas e todos a se somarem nesse esforço de lançar luz sobre as questões relativas a compra e venda de terras na Zona Costeira. Nossa campanha está só começando!
Como posso participar?
1. Não compre nem venda terras na Zona Costeira.
2. Converse com as pessoas ao seu redor. Explique que essa não é uma boa ideia para ninguém.
3. Compartilhe a Campanha e os conteúdos relacionados a ela nas suas redes sociais.
4. Produza conteúdos contra a compra e venda de terras na Zona Costeira. Use a hastag #ContraCompraeVendadeTerrasnaZCC para que todos os conteúdos fique catalogados.
5. Divulgue e distribua nossos materiais da forma que você puder.
Materiais de campanha
Acreditamos em conhecimento compartilhado. Dessa forma, deixamos disponíveis aqui os materiais de campanha produzidos para livre download e reprodução.
Sobre os impactos reais da comercialização de terras na Zona Costeira do Ceará (folder A3 para impressão)
Territórios tradicionais costeiros: quem compra perde, quem vende também! (adesivo botton 7cm)