Eólicas: o negócio sujo da energia “limpa”
No dia 29 de junho de 2022, dia em que comunidades costeiras brasileiras comemoram devoção a São Pedro, padroeiro dos pescadores e pescadoras, várias jangadas saíram de diferentes pontos da costa cearense com mensagens sobre as eólicas marinhas.
As velas comunicam o que comunidades pesqueiras do nosso litoral estão pensando sobre os empreendimentos de eólicas que projetam os seus parques para dentro dos mares muito próximo às costas de seus territórios. As jangadas saíram de Caetanos de Cima (foto), RESEX Prainha do Canto Verde, RESEX do Batoque, Taíba e Fortaleza.
O ato finalizou a programação do 1º Intercâmbio Povos do Mar do Ceará 2022: Transição Energética justa e Popular e Impactos Socioambientais da Expansão das Eólicas, que reuniu cerca de 80 pessoas em Caetanos de Cima (Amontada-CE) de 27 a 29 de junho. Foram pautadas a matriz energética no Brasil e no Ceará, transição energética, energia limpa, hidrogênio verde e expansão das renováveis; Ceará e Política Energética; Descarbonização, Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis da ONU; Convenção sobre os direitos do Mar – Convemar; e planificação das eólicas marinhas.
Barrar os parques que se projetam para os nossos mares, é sobretudo proteger a prática ancestral da pesca artesanal, a que nossos mestres e dragões do mar perpetuam, trazendo alimento saudável para as mesas dos brasileiros sem interferir prejudicialmente na vida da biodiversidade marinho-costeira. São eles guardiões dos nossos mares.
Então, “Tire as mãos de nossas costas”!