Cuidar da natureza é um dever de todes!

Nessa Semana do Meio do Ambiente 2022 é preciso afirmar, todos os dias, nosso compromisso com justiça para com os ecossistemas, povos e comunidades tradicionais, que nos ensinam diariamente sobre cuidado e preservação, a ouvir “o tempo e os ventos”.


A economia baseada na superexploração da natureza ainda é prioridade para os governantes, mesmo o planeta indicar mudanças em seu clima, e todas as regiões do mundo estarem sofrendo com tragédias crimes e catástrofes climáticas. A necropolítica sobre os ecossistemas e as pessoas é a causadora real dos desabamentos das barragens de mineração, matança da biodiversidade pelos agrotóxicos, desmatamento e fogo nas florestas e derramamento de petróleo, explicitam as escolhas pela morte em detrimento da vida. Já as inundações e ondas de calor são efeitos das mudanças climáticas e consequências do racismo ambiental cotidiano, que vem provocando o crescimento da letalidade sobre comunidades negras empobrecidas.


Enquanto as grandes corporações e agencias de financiamento seguem dizimando a natureza e os povos, o Estado não reconhece suas interferências é agente por ação e omissão, e busca nos megaprojetos um suposto desenvolvimento, que não é outra coisa senão a dizimação dos bens ambientais, desrespeitando e anulando os modos de vida de povos ancestrais. O racismo ambiental e institucional cria um discurso progressista para o desenvolvimento da região, enquanto promove pensamentos e práticas racistas e colonialistas.


Nós da comunidade civil estamos atentes aos diversos golpes que as leis ambientais brasileiras vêm sofrendo nesses tempos de um governo anti meio ambiente e anti povo. Do relaxamento nas licenças ambientais e discurso de energia verde e limpa, ao não comprimento de acordos internacionais, como a Convenção 169 da OIT, que garante a consulta prévia livre e informada aos povos indígenas, comunidades quilombolas, outros povos e comunidades tradicionais (PCTs) sobre qualquer ação de interferência em seus territórios e modos de vida.


Cuidar do meio ambiente não é só sobre a natureza, mas também sobre quem preserva e matem os ecossistemas, a biodiversidade e seus ciclos ecológicos. Continuamos na luta por preservação e direitos dos povos e comunidades tradicionais.


Manifestamos nossa mais plena solidariedade às vítimas das catástrofes climáticas em Pernambuco, Maceió, Rio de Janeiro, Bahia. Aos povos indígenas que lutam contra o marco temporal e tentativa de exploração de suas terras. As comunidades quilombolas que tem sua identidade racial contestada. As comunidades tradicionais costeiras, pesqueiras e camponesas vítimas da exploração e do não reconhecimento dos seus modos de vida.

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