A Pesca Artesanal não pode morrer na praia – carta aberta

REPOST @povosdeluta

Vem assinar a carta no link
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSevGyPN5DgZlE_CM5PH4gvkVQRJY2rKL14Ff6uxUHKta2y5Iw/viewform

Nós, que integramos a Articulação Povos de Luta, estivemos reunidas e reunidos nos dias 05 e 06 de maro de 2022, na Comunidade de Tatajuba-Camocim-CE, com representações das comunidades de Caetanos de Cima (Amontada), Curral Velho (Acaraú), Vila Nova, Tatajuba, Baixa da Tatajuba, Vila São Francisco, Coité, Maceió, Xavier (Camocim), Curimãs e Praia Nova (Barroquinha), com a finalidade de refletir sobre os possíveis impactos que possam chegar nas comunidades pesqueiras, oriundos dos parques eólicos offshore.

A Articulação Povos de Luta nasceu da necessidade de organizar comunidades a enfrentar grandes projetos de empreendimentos, sobretudo os parques eólicos offshore na costa cearense, em defesa da pesca artesanal, com a finalidade de dar visibilidade a existência e atuação das suas populações, compreendendo que a chegada desses empreendimentos poderá acarretar na redução ou no fim da pesca artesanal, impactando o turismo, o comércio, entre outras, causando grandes males à toda população costeira e marinha.

Compreendendo que esses parques representam uma grande ameaça às populações da zona costeira, da forma como estão sendo pensados sem respeitar o devido ecossistemas, as comunidades tradicionais e seus modos de vida.
Esses parques podem ser uma ameaça dramática à pesca artesanal, que representa aproximadamente 70% de todo pescado que é enviado e consumido nos centros urbanos.

Importante ressaltar que, a pesca artesanal, além de representar uma parte importante da economia comunitária, estadual e nacional, representa um relevante aspecto que diz respeito à soberania e segurança alimentar. O mar da pesca artesanal é rico em biodiversidades e é considerado um sistema frágil do ponto de vista sócio-ambiental.

Assim, gostaríamos de vir explicitar uma DENÚNCIA À SOCIEDADE COMO TODO, pelo fato desses empreendimentos não se preocuparam com a existência e sobrevivência das populações de modo geral. Essa ação, está sendo feita de forma criminosa, porque não desconsidera toda a legislação ambiental vigente.

Entendemos que o objetivo desses parques eólicos offshore não estão voltados para a produção de energia para as populações, mas sim a produção do hidrogênio verde, em detrimento à privatização das águas, da redução de espécies, como a lagosta, do afastamento de cardumes, da intervenção da formação de ondas, podendo afetar a dinâmica costeira, do impedimento de migração das aves e abelhas e tantos outros problemas que vão nos afetar diretamente.

Solicitamos à SOCIEDADE COMO TODO, órgãos de justiça, órgãos ambientais, organizações ambientalistas, organizações de direitos humanos, movimentos sociais, que nos apoiem nesse momento importante de construção, para fortalecer a resistência, condizente com os desafios que são postos aos espaços de vida comunitária e da biodiversidade marinha.