Projeto Conversas com Marisqueiras do Rio Jaguaribe

#tbt #Ações

No ano de 2021, o Instituto Terramar em parceria com a Fiocruz, a Associação quilombola do Cumbe e as Associações comunitárias de Canavieiras e Fortim, realizou uma pesquisa no marisco do Rio Jaguaribe, mais precisamente no trecho dos municípios Fortim e Aracati/CE. A pesquisa teve apoio do Fundo Casa, da SSPN e PPM.

Como parte do projeto, em concomitância à pesquisa laboratorial, aconteceram conversas entre as marisqueiras da foz do rio e assessores das organizações. Etapas essas, que foram conduzidas e construídas junto às marisqueiras pelas assessoras da Terramar Andrea Camurça e Ana Nobre, contando também com a colaboração do Naterra. A condução do trabalho laboratorial ocorreu na pessoa de Margareth Gallo da Fiocruz.

Uma relatoria gráfica, feita por Taoly Dandara, registra os relatos trocados nesses encontros.

Nas imagens abaixo, a relatoria gráfica mencionada. E logo depois uma descrição dos cards #ParaTodosVerem:

 

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Card 1. Imagem de fundo cinza com desenhos de mulheres e texto. Desenhos: Duas mulheres sorridentes uma ao lado da outra de blusas lilás e laranja, ambas com cestos nas mãos cheios de mariscos. Outra mulher de blusa azul e chapéu laranja sorri com mariscos dourados nas mãos. Uma quarta, de blusa amarela, está agachada chorando com uma representação do rio doente no colo. No canto, duas representações do coronavirus. Texto: Conversas Marisqueiras do Rio Jaguaribe/ O Rio como ser humano – o quanto o rio está sendo maltratado com a carcinicultura/ “Nossa vida é junto ao Rio, se ele adoece, nós adoecemos também (Maninha, comunidade Jardim)”/ Sou menina, mulher, que vive no rio, se alimenta do mangue, que cuida da nossa natureza!/ Arte de mariscar, Mariscagem/ Quando a fome aperta é o rio que acolhe, que dá alimento, vida, trabalho, lazer…/ Gosto por trabalhar com marisco/ As mulheres pescadoras foram as principais afetadas pelo derramamento do petróleo em que o governo federal ignorou a situação, não socorrendo homens e mulheres pescadoras, não garantindo acesso ao auxilio pecuniário e não quantificando e qualificando os impactos e sua mitigação/ A pandemia trouxe a preocupação com a segurança alimentar e auto sustento em alerta novamente.

 
Card 2. Imagem de fundo cinza com desenhos e texto. Desenhos: Quatro mãos unidas uma em cima da outra. Uma mão segurando uma Carteira de Trabalho. Um pescador ergue um lagosta com uma mão, e com a outra aponta para o lagosta. Um rio cinza divide a imagem. Uma mulher de calça lilás, blusa laranja e turbante lilás caminha pela água do rio com um cesto de mariscos na cabeça. Do outro lado do rio, três mulheres erguem uma faixa escrita “ Salvem o Rio”, erguendo também o punho e outra bandeira. Texto: O governo não assiste as marisqueiras. Sem o apoio uma das outras, de entidades, associações e da própria comunidade, não sobreviveríamos! / Direitos Negados – problemas com aposentadoria e auxilio emergencial, dificuldades em acessar o seguro defeso e ter a licença maternidade garantida, ausência na emissão de novas carteiras/ Ambiente masculino – as colônias não respeitam as pautas das marisqueiras, e não dão apoio estrutural e jurídico as suas demandas/ Estar sempre juntas/ As marisqueiras estão sendo abandonadas pela colônia, apenas voltadas para os homens/ Guardiãs DO Mangue – a mulher faz papel de cuidar do território, da sua casa… e o lar das marisqueiras é o rio!/ Salvem o rio! Lutar em rede/ Ação civil pública, que segue na justiça, resulta da luta dos movimentos e organizações visando a ampliação do auxílio emergencial para quem foi impactado pelo derramamento.

 
Card 3. Imagem de fundo cinza com desenhos e texto. Desenhos: O rio cinza cruza a imagem. De um lado, um barril derrama liquido espesso e preto em direção do rio e em cima de uma tartaruga, que parece sem vida – uma representação do petróleo. Uma placa sinaliza risco de contaminação. Um marisco aberto está coberto de petróleo. No rio, um barco parado e uma marisqueira cobrindo o rosto com as mãos em gesto preocupado. Texto: Derramamento de petróleo e seus impactos nas vidas das marisqueiras/ Natureza afetada – A mancha do óleo foi para a vida marinha o que a pandemia está sendo para nós humanos/ Medo de se alimentar do marisco! Além de não poder comer, não dava pra vender, pelo medo dos produtos químicos. / Sem respostas – sem justiça, sem amparo, apoio ou direitos garantidos. Como sobreviver se o rio está morrendo? / Saúde mental afetada! / Quem garantir meu futuro? / Sem o rio eu não existo!

 
Card 4. Imagem de fundo cinza com desenhos e texto. Desenhos: No topo, mariscos, buzius, pedras e conchas, e um peixe. Um gari com os pés n’água, cobertos de manchas do óleo. No fundo, uma marisqueira com expressão triste olhando a mercadoria escassa a sua frente. A maioria das mulheres nestas imagens tem a cor da pele negra, retinta ou clara. Texto: O aumento do búzio nas águas é só mais um sinal de que o rio está doente, por ele ser de água salgada. Estamos perdendo sururu…/ A prefeitura mandou os garis limparem com as mãos, sem nenhum cuidado com o óleo/ Alta salinidade do rio/ Quem denuncia é ameaçado! / Impacto na renda – medo de falar onde vinha o pescado/marisco por conta do derramamento do petróleo e contaminação.

 
Card capa: Todos os cards anteriores