Cercas no mar? E a pesca artesanal, como fica?

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Essa semana o Ibama publicou em suas redes sociais, sobre o processo de licenciamento ambiental de 23 megaprojetos de Geração de Energia Eólica Offshore (Eólicas dentro do mar). O post exaltava os ventos constantes e estáveis do litoral brasileiro, e alertava para a crise energética no país, a produção de “energia limpa” e “preocupação com o meio ambiente”. Mas não citava os impactos que a indústria eólica já trouxe para o território brasileiro, que a partir de 2018/2019 se intensificaram em grande escala.

Os impactos são sociais e ambientais, como: remoção de famílias, escassez de água, caminhos cercados, exploração doméstica e sexual das mulheres, remoção de dunas, salinização do lençol freático, mudanças na rotina das comunidades. Esses são alguns impactos em terra, mas como será com a instalação no mar, como fica a vida marinha e a orientação dos cardumes, crustáceos com a pressão dos aerogeradores? E a pesca artesanal com suas jangadas? A comunidade vai ser consultada ou só avisada? E a praia vai ser privatizada? O lazer e os modos de vida da comunidade costeira, como ficam?

Os impactos no mar brasileiro e em todo Sul Global ainda são desconhecidos. Se as licenças forem liberadas no Brasil, a pesca artesanal corre grande risco de extinção, já que os projetos estão previstos para serem instalados em uma faixa importante para a pesca artesanal. Importante destacar que aproximadamente 70% do pescado consumido nos centros urbanos vem da pesca artesanal. Estamos atentes aos desdobramentos desse governo genocida e não vamos permitir que a soberania alimentar e econômica dos povos do mar seja atingida por mais um projeto exploratório de recursos naturais. Essa pauta ainda vai ser bastante discutida por aqui, fique de olho!

Quer saber mais sobre os impactos? No nosso feed tem alguns depoimentos de moradores que sofrem de forma direta com a chegada desses megaprojetos em terra, o Vídeo Denuncia – Energia Eólica Injustiças Ambientais nos Territórios de Pesca Artesanal (2014), está disponível também no Youtube, link na Bio.

 

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