Pronunciamento sobre o assassinato de Dilma Ferreira Silva, líder do Movimento dos Atingidos por Barragens do Brasil (MAB)

Defensora de direitos humanos e coordenadora regional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) desde 2005, Dilma Ferreira Silva foi assassinada no dia 22 de março. Junto de Dilma, também foram executados seu marido, Claudionor Amaro Costa da Silva e Hilton Lopes, trabalhador rural assentado na zona rural de Baião, a 60 quilômetros de Tucuruí (PA). Dilma e sua família eram atingidas pela construção da usina de Tucuruí, a terceira maior hidrelétrica do Brasil.

Segundo informações divulgadas pelo MAB, cinco pessoas chegaram à casa da família em três motos por volta das 21h do dia 21 de março de 2019. Vizinhos relataram ouvir música muito alta vindo do local, algo que não era habitual do casal. No dia seguinte, a casa foi encontrada revirada, com os três corpos amarrados, amordaçados e com indícios de tortura.

No atual contexto de violações contra defensores de direitos humanos no Brasil e no alarmante índice de assassinato de defensores – o Brasil é o país que mais mata defensores de direitos humanos e ambientais no mundo – o caso deve ter uma apuração rigorosa e exemplar.

Em reação ao episódio, organizações de 25 países se solidarizam e se somam às organizações e movimentos locais para instar que as autoridades brasileiras garantam que a legislação interna do país e as obrigações internacionais relativas à garantia de direitos humanos e proteção dos defensores do meio ambiente sejam plenamente implementadas, incluindo medidas preventivas para evitar novos atos de violência.

Acesse aqui o Pronunciamento na íntegra: PRONUNCIAMENTO DILMA FERREIRA

Na segunda-feira, 08 de abril, o documento com todas as assinaturas institucionais foi enviado para autoridades brasileiras e organizações multilaterais, como o Conselho de Direitos Humanos da ONU e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

Foto: Dilma Ferreira, à direita (MAB/Divulgação).