Rede Tucum lança catálogo sobre modos de vida na Zona Costeira

As práticas cotidianas do viver e produzir na Zona Costeira do Ceará são muitas: a pesca artesanal, a agricultura camponesa, a renda de bilro, o labirinto, as danças, as músicas, as atividades domésticas, as comidas… Parte dessas experiências está agora sistematizada no catálogo “Rede Tucum: das ondas do mar aos quintais da vida”, lançado no último dia 27 na Assembleia Legislativa do Ceará. A publicação, que conta majoritariamente com a fotografia de Águeda Coelho, é resultado de um esforço coletivo do Instituto Terramar e da Rede Tucum com apoio do Instituto Oi Futuro através do Programa Oi Novos Brasis.

De um extremo ao outro do litoral cearense, cada leitor/a é convidado a um passeio pelos territórios, pela cultura e pela história de luta das 11 comunidades retratadas na publicação. Para os povos tradicionais costeiros, existir é um ato de resistência. E assim tem sido há séculos: “a história das nossas terras é historicamente a da invasão dos europeus”, explica a agricultora agroecológica e pescadora da comunidade de Tatajuba, Angelaine Alves. Ainda que secularmente ocupadas, cada uma dessas comunidades passa até hoje por conflitos com empresários que se reivindicam “donos de terras” e dali querem expulsar toda a gente.

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Não à toa, o catálogo foi lançado durante o Dia de Mobilização em Defesa dos Povos e Territórios Tradicionais Costeiros, ocasião que reuniu diversas comunidades tradicionais e povos indígenas. A publicação se somou às muitas narrativas compartilhadas que ressaltaram a importância dos modos de vida dos povos da zona costeira, tanto para si próprios como para a sociedade. “As nossas atividades secularmente feitas nos territórios protegem o planeta. Nas comunidades pesqueiras e terras indígenas é onde está a salvação do planeta. Os povos originários e comunidades tradicionais não precisam crescer, a gente precisa se fortalecer”, demarca a liderança do Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP) João Batista.