Lançamento de carta pública

Ontem (26/08) um conjunto de 262 entidades e pessoas, lançou uma carta pública titulada: “Carta da Sociedade Civil contra despejo de famílias na Resex Prainha do Canto Verde”. O objetivo do documento é dialogar com autoridades públicas contra a reintegração de posse de uma parte do território, dentro da Resex. O documento está sendo enviado para autoridades do sistema de justiça, legislativo e executivo.
Segundo a Carta, o possível despejo dessas famílias é ameaça/brecha para outras perdas dos direitos conquistados pela população da Resex e colabora com os conflitos que a comunidade já enfrenta com exploração imobiliária.
A Reserva Extrativista de Terra e Mar da Prainha do Canto Verde, localizado em Beberibe, tem sua criação baseada em uma história de coragem e persistência, construída por várias mãos de homens e mulheres que lutam pela garantia de seus direitos como comunidade tradicional costeira. Essa resistência vem da década de 1980, passando por enfrentamentos de grandes especuladores imobiliários e grileiros que tentaram e ainda tentam se apropriar desse território. O avanço do turismo convencional, bem como a fragilização da legislação ambiental e o sucateamento dos órgãos fiscalizadores e gestões, em muito têm colaborado para tornar esse território mais suscetível a especulação imobiliária. Prainha é um lugar de muita memória ligada à identidade da pesca artesanal e dos modos de ser dos povos do mar que tem no turismo comunitário uma referência de nível mundial na relação sustentável com o ambiente onde se vive. Lugar de muito acumulo cultural, de musicalidade latente, com poesia nas veias e de cotidiano que é exemplo em seu fazer poético. Lugar de resistência!
… há um processo na justiça estadual, movido por um estrangeiro que não mora na comunidade, que teve como sentença a reintegração de posse de uma área dentro da Resex. Essa reintegração prejudica uma família e ameaça consolidar o despejo de mais duas famílias que sempre moraram nessa comunidade, que tem filhos pequenos, sobrinhos, idosos, netos e que sempre lutaram pela existência dessa comunidade